Salão do Buddha

Salão cerimonial onde se realizam cerimônias e práticas de meditação.

Quais regras devem ser seguidas dentro do Salão Cerimonial?
> Bolsas, mochilas, livros e outros pertences devem ser guardados no balcão da recepção ou armários com chave. Celular ou qualquer tipo de aparelho sonoro deve ser desligado ou silenciado (o modo “vibrar” também incomoda).
> Durante os rituais, os homens devem utilizar escada e porta à direita do salão e mulheres à esquerda.
> Antes de entrar, deixar os calçados no local indicado de forma organizada;
> Utilizar roupas confortáveis e condizentes com um ambiente religioso (tanto homens, quanto mulheres), ou seja, evitar o uso de roupas curtas, decotes, muito apertadas, ombros à mostra, shorts, bermudas, bonés, gorros, chapéus e óculos escuros;
> Evitar perfumes fortes;
> Não é permitido beber ou comer dentro do salão, garrafinhas devem ser deixadas do lado de fora;
> Não entrar no Salão do Buddha pela porta do meio. A porta do meio tem um significado ritualístico e seu uso é restrito aos monges, monjas e pessoas solicitadas;
> Uma reverência ao entrar;
> Ao movimentar-se pelo salão, utilizar os corredores laterais (e não centrais), em silêncio;
> Os homens devem se sentar à direita do salão e mulheres à esquerda; as primeiras fileiras são para os monges e monjas, logo após, as pessoas que tomaram os preceitos de Bodhisattvas e mais atrás as que tomaram os cinco preceitos, as quais usam o manto marrom (màn yī) que são utilizados cruzados sobre o ombro esquerdo. Atrás deles, as pessoas que usam só a túnica (hǎi qīng). Quem não veste a túnica deverá ficar nas últimas fileiras;
> Não se deve sentar no Salão do Buddha com os pés apontando em direção ao altar. Caso necessário, esticar as pernas, virar ligeiramente na diagonal (homens à direita e mulheres à esquerda);
> Não conversar. Manter uma atitude silenciosa e reverente;
> Não tocar nem utilizar os pertences dos mestres sem autorização;
> Os textos / livros religiosos buddhistas (Sūtras) não devem ser colocados no chão nem sobre a almofada. Não coloque objetos sobre ele, não o dobre e também não o coloque debaixo do braço;
> Antes de sair do salão, deve-se deixar tudo organizado;
> Uma reverência ao sair.

Prosternações

ProstraçõesQuando fazemos as prosternações, devemos primeiramente unir as palmas das mãos. Em seguida, curvamos o corpo e apoiamos a palma direita no chão, depois a palma esquerda, e encostamos a testa no chão. Viramos as palmas para cima, mentalizando neste momento que elas estão recebendo e segurando os pés de Buddha com todo o respeito; quem faz a prosternação manifesta humildade, colocando sua testa aos pés de Buddha. Para concluir a prosternação, viramos as palmas para baixo, apoiamo-nos no chão com a mão direita, levantamos a mão esquerda e o corpo lentamente, e voltamos à posição inicial. Essa prosternação deve ser feita três vezes.
Clique para ver vídeo de como fazer prosternações

Leitura de Sūtras no Templo
Os textos religiosos buddhistas (Sūtras) que estão dentro do templo podem ser lidos. Lembrar:
1- Pegá-los somente com as mãos limpas;
2- Para lê-los, segurá-los com as duas mãos;
3- Colocá-los sobre o suporte designado a esse uso; não os deixe sobre o chão nem sobre a almofada. Não coloque objetos sobre eles, não os dobre e também não os coloque debaixo do braço.

Trate-os com respeito. Uma vez finalizada sua leitura, coloque-os no mesmo lugar de onde os tirou. Por favor, ao sair do salão, não os levem consigo.

Palestras
Quando um mestre estiver oferecendo uma palestra, ao ingressar desligue o celular e faça as três reverências correspondentes ao Buddha, e logo após uma reverência ao mestre. Depois pode se sentar e manter o silêncio. Lembre-se que não devemos interromper a palestra com perguntas enquanto não permitidas, assim como sentar-se em posições cruzando os braços por trás da cabeça, ou esticar os braços para trás, ou cochilar, ou se distrair olhando para qualquer lugar. Mantenha a posição correta, atenta e em silêncio. Precisando retirar-se, primeiro faça uma reverência ao mestre com as palmas juntas e depois pode sair em silêncio.

Regras que devem ser seguidas ao ler um livro buddhista em outros ambientes
São doze regras:
1- Ter as mãos limpas para manuseá-los;
2- Segurar o livro com as duas mãos;
3- Colocá-lo sobre uma mesa limpa;
4- Depois de lê-lo, guardá-lo num lugar limpo;
5- Não guardá-lo junto com livros que não sejam religiosos;
6- Não levá-lo ao banheiro;
7- Não lê-lo deitado;
8- Não colocá-lo em cima das pernas, nem carregá-lo embaixo da cintura;
9- Não colocá-lo sobre a cama ou cadeira;
10-Não molhar o dedo com saliva para virar as páginas;
11- Não desenhar, sujar, rasgar ou dobrar suas folhas;
12- Não carregá-lo sob o braço, nem enrolá-lo.

Boas maneiras
Não fumar em nenhum local do Templo (incluindo banheiros). Nos Templos, não é permitido demonstrações de carinhos íntimos como abraços, beijos, etc. Também tem que se abster do consumo de bebidas alcoólicas e de alimentos não vegetarianos.

Como devem ser tratados os monges e as monjas?
Devem ser tratados com respeito chamando-os por Mestre ou Shifu. Não se deve cumprimentá-los com abraços, beijos e nem dando a mão. Somente juntar as palmas e falar “Namo Fo” ou “Amituo Fo”.

Elementos do Salão do Buddha

Ao entrar no salão cerimonial, encontraremos:

Altar Salão do Buddha

No altar com imagens maiores e douradas, ao centro, se encontra a imagem do Buddha Amitābha (Āmítuó Fó). O Buddha Amitābha é o Mestre da Terra Pura Ocidental. Como Bodhisattva, realizou quarenta e oito grandes votos. Criou a Terra Pura para que os seres viventes que constante e sinceramente repetem seu nome possam renascer nesse local após suas mortes físicas. Na Terra Pura, eles continuarão recebendo os ensinamentos buddhistas.

Olhando à direita, está a imagem do Bodhisattva Avalokiteśhvara (Guān Shì Yīn Púsà): “quem escuta as súplicas do mundo.” É a encarnação da Grande Compaixão pelas aflições e sofrimentos dos seres do mundo. Vem em ajuda de quem quer que invoque seu nome. Guān Yīn obteve a buddhidade há inúmeros kalpas (um grande período de tempo) e foi chamado Tathāgata* do Dharma Correto. Devido à sua forte afinidade com os seres viventes, se manifesta como um Bodhisattva e se compromete a salvá-los.

À esquerda, se encontra a imagem do Bodhisattva Mahāsthāmaprāpta (Dà Shì Zhì Púsà), o Bodhisattva do “Grande Poder”.

*Tathāgata é outra forma de denominação para o Buddha.

Buddha Sakyamuni

No altar intermediário, se encontra a imagem do Buddha Śākyamuni (Shì jiā móu ní Fó). É o mestre original e fundador do Buddhismo; o Buddha histórico que nasceu há mais de dois mil e quinhentos anos na Índia Setentrional

No terceiro altar, se encontra a imagem do Bodhisattva Kṣitigarbha (Dì zàng wáng Púsà). Seu nome pode ser traduzido como “Tesouro da Terra” ou “Matriz da Terra”. É renomado pelo seu grande voto, prometendo permanecer nos infernos ajudando a todos os seres que necessitam ser libertados e também em só alcançar a buddhidade quando os infernos se encontrarem vazios de seres atormentados. Seu voto é: “estabelecerei muitos recursos adequados em resposta àqueles seres vivos que estão sofrendo por suas más ações. Até o final de futuros kalpas, até que todos esses seres obtenham as libertações.”

Bodhisattva Ksitigarbha

Nas laterais, encontramos as imagens de dois guardiões:

Bodhisattva Skanda

Bodhisattva Veda (Wéi tuó Púsà) – guardião do Mundo Ocidente, localizado à direita. Reconhecido como um dos oito guerreiros divinos, manifesta-se como um general majestoso com sua armadura. Antes de entrar no Nirvāṇa, Buddha ordenou ao general que permanecesse neste mundo para proteger o Buddhadharma (ensinamento de Buddha). Logo após a morte do Buddha, suas relíquias foram roubadas por malvados demônios. O Bodhisattva Wéi tuó os dominou e recuperou as relíquias. Wéituó Púsà é o devoto guardião do Dharma, guardando fielmente os tesouros buddhistas e os objetos do Dharma.

Bodhisattva Sangharama (Qié lán Púsà) – guardião do Mundo Oriente, localizado à esquerda. Historicamente, foi conhecido como um grande guerreiro chinês do Reino de Shu, durante a era dos três reinos (Wei, Shu, Wu 220-265 d.C.). Guān Yŭ foi reconhecido e respeitado por sua lealdade e justiça desinteressada. Durante a Dinastia Sui (581-618 d. C.), mais de duzentos anos depois, o Venerável Mestre Zhi Yi estava decidido em construir um mosteiro buddhista na montanha de Yù Quán. Um dia enquanto meditava, lhe apareceu Guān Yŭ. Logo, Guān se comprometeu em apoiar o buddhismo e transformar o terreno ondulado existente numa planície para facilitar a construção do mosteiro. Guān Yŭ reapareceu e tomou refúgio para se converter em buddhista seguindo os cinco preceitos. É conhecido como o “Bodhisattva Qié lán”, o devoto guardião dos mosteiros.

Bodhisattva Sangharama

Sobre a mesa do altar, também podemos encontrar flores, frutas e incenso que são oferendas aos Buddhas e Bodhisattvas. A prática de oferendas expressa gratidão e respeito.

Outras imagens de Buddhas e Bodhisattvas que podem ser encontradas em Templos Buddhistas:

Buddha Medicina

Buddha Mestre da Medicina (Yào Shī Fó) – é o Mestre da Terra Pura do Leste de Resplendor de Cristal. Reconhecido no Buddhismo como o Grande Rei da Medicina; cura as aflições do corpo e da mente. Como Bodhisattva, o Buddha Mestre da Medicina realizou doze grandes votos para libertar aqueles que invocam seu nome.
Conheça os 12 votos do Mestre Buddha da Medicina.

Bodhisattva Samantabhadra (Pǔ xián Púsà) – é reconhecido por sua Grande Prática. Cultiva sem descanso e aplica os ensinamentos do Dharma em benefício de todos. É representado sentado sobre um elefante branco com seis presas, o qual simboliza a força da sabedoria que vence todos os obstáculos. As seis presas representam as seis pāramitās.

Bodhisatta Mañjuśrī (Wén shū shī lì Púsà) – representa a Grande Sabedoria, a qual confere o poder para discriminar o bem do mal. É representado sentado sobre um leão, emblema de sua majestade; sustenta em sua mão a espada da sabedoria ou o livro da grande sabedoria (Prajñā-pāramitā), que simboliza a sabedoria encarnada por Mañjuśrī; com eles, destrói as escuridões da ignorância (avidya).

Flor de Lótus

O Lótus
No altar, temos duas luminárias em forma de flor de lótus. O lótus é um dos mais importantes símbolos do Buddhismo.
É uma planta aquática cujas raízes ficam no lodo. As flores se elevam e se abrem acima da superfície da água. Simboliza que também as pessoas podem se erguer sobre as privações e atribuições da vida e alcançar a Iluminação.

O diamante é um símbolo do Buddhismo representado no altar por um similar em cristal. O diamante é uma pedra muito dura e resistente, por isso, para o Buddhismo ele é o símbolo da resistência e da firmeza espiritual.

Instrumentos do Dharma

Sinos, tambores, peixe de madeira e outros instrumentos que se encontram no interior do Templo, só podem ser tocados pelo Sangha ou por pessoas autorizadas.

O Grande Tambor e o Grande Sino que ficam pendurados no teto logo à entrada do salão cerimonial, são usados somente em alguns rituais especiais ao longo do ano.

O Grande Sino da Essência, Dà Zhōng, é o mais representativo para a comunidade. Uma curiosidade sobre este sino, é que nele está gravado o Sutra do Coração, um texto bem importante dentro da liturgia buddhista, pois fala sobre o Śūnyatā.
Assista ao vídeo e entenda mais a fundo seu significado.

Sino Médio em Bronze
No idioma chinês, este sino médio em bronze é chamado de “dà qìng”. É um sino utilizado como instrumento de percussão durante as cerimônias. Esse sino é encontrado do lado direito do altar.

Sinos Pequenos
Sino pequeno de bronze (xiǎo qìng) e Sino Invertido de mão (yǐn qìng), também são usados para acompanhar as cerimônias.
Assista ao vídeo e saiba mais sobre os sinos.

O Peixe de Madeira
À esquerda do altar, tem o peixe de madeira que é chamado em chinês por “mù yú”. Esse instrumento consiste em um bloco oco de madeira com formato estilizado de um peixe; também é utilizado como um instrumento de percussão. Ele é usado para dirigir e controlar os cantos e as recitações dos Sūtras. Ele tem este formato porque os peixes jamais fecham os seus olhos mesmo durante o sono, isso significa simbolicamente que devemos permanecer sempre em alerta na prática do Dharma.
Assista ao vídeo sobre o Peixe de Madeira

O Tambor com Sino
Este tambor tem dimensões menores e tem um sino, é chamado no idioma chinês de “líng gǔ”. Podemos encontrá-lo à direita do altar. Seu som simboliza o fim dos ciclos de renascimentos, que leva à felicidade.

Caixa de colaborações
O que significa a urna de mérito / caixa de colaborações?
Algumas das virtudes exaltadas pelo Buddhismo são: a generosidade, a gratidão e a doação. Sua prática produz muitos méritos; só através das doações é que o Templo se mantém. No Salão Cerimonial, encontramos essa Caixa de Colaborações onde podemos realizar a doação em dinheiro sem importar com o valor.